segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Banco central e o Dólar


Mesmo de ressaca com o resultado ruim do PIB do terceiro trimestre, divulgado na última sexta-feira (30), o mercado financeiro continuou cutucando a onça com a vara curta. Começou a semana testando o limite de desvalorização do real que o governo está disposto a permitir.
Partindo dos R$ 2,13 fechados na semana passada, o mercado abriu o dia com nova disposição de especular com a moeda americana para entender com que banda (oficial ou não) o BC estaria trabalhando agora.
Pois neste primeiro dia útil de dezembro, o BC não ficou só de longe observando a turma se movimentar. Logo cedo entrou no mercado vendendo dólares no mercado futuro (swap cambial). Na parte da tarde, vendo que ainda havia gente resistindo a corrigir o valor do dólar, o BC fez mais uma operação vendendo a moeda americana com compromisso de recompra no futuro.
O dólar finalmente reagiu e fechou a segunda-feira (3) cotado a R$ 2,1205 para a venda, com queda de 0,48%. Há dois limites para o movimento da moeda americana. O primeiro é óbvio e também de consenso: a inflação pode subir se o dólar se valorizar mais, encarecendo as importações e o pagamento de contratos de empresas brasileiras no exterior. E a nossa inflação está sem gordura para queimar em 2013.
O segundo, também exclusividade do Brasil, a desvalorização do real vem sendo “provocada” e acirrada nas últimas semanas. O PIB mais fraco que o esperado gerou algum estresse, mas a teimosia do mercado em descobrir qual seria o novo “teto” para o real tem liderado o movimento no câmbio.
Olhando um gráfico do movimento de outras moedas diante do dólar, segundo dados da Bloomberg, entre setembro e novembro deste ano, o Brasil foi um dos países que mais desvalorizou sua moeda, em 5,41%.  Japão e África do Sul ficam em seguida, com desvalorizações de 6,05% e 7,53% por motivos bem diferentes dos nossos. México e Colômbia perderam 1,16%.
O Japão vai passar por eleições este mês e há uma demanda da oposição de mudar a política e o mandato do BC de lá. O mercado tem se antecipado a esse possível BC mais intervencionista, com medidas “não convencionais”. Na África do Sul a economia está fraca, eles enfrentam greves e problemas com mercado de trabalho.
O BC justificou a atuação desta segunda-feira, como um “ajuste de liquidez”. Como já fez em outras situações, a autoridade monetária injetou sim liquidez no mercado de câmbio já que faltavam vendedores. Mas, principalmente, ele entrou na briga para estancar um movimento artificial e mandar um recado.
“O mercado viu hoje que o BC não vai deixar esse oba-oba no câmbio”, disse um experiente operador.
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Exemplo:

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domingo, 2 de dezembro de 2012

A Rosa de Hiroshima

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
(Vinícius de Moraes)

Canção do amor que chegou

Eu não sei, não sei dizer
Mas de repente essa alegria em mim
Alegria de viver
Que alegria de viver
E de ver tanta luz, tanto azul!
Quem jamais poderia supor
Que de um mundo que era tão triste e sem cor 
Brotaria essa flor inocente
Chegaria esse amor de repente
E o que era somente um vazio sem fim
Se encheria de cores assim

Coração, põe-te a cantar
Canta o poema da primavera em flor
É o amor, o amor chegou 
Chegou enfim



(Vinícius de Moraes)

Soneto do amor maior


Maior amor nem mais estranho existe
Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre, fica triste
E se a vê descontente, dá risada.


E que só fica em paz se lhe resiste
O amado coração, e que se agrada
Mais da eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal aventurada.


Louco amor meu, que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer - e vive a esmo


Fiel à sua lei de cada instante
Desassombrado, doido, delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo.
(Vinícius de Moraes)